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Uma jornada guiada pelo desenvolvimento colaborativo; pela derrubada de barreiras de que tecnologia é algo complexo e destinada a poucos; e moldada através da busca por soluções de forma democrática. Em Belo Jardim, cidade distante 184 quilômetros da capital de Pernambuco, adolescentes e jovens da rede municipal e do Ensino Técnico Estadual e Federal encontraram na Robótica uma forma inovadora de trilharem seus próprios e novos caminhos. O projeto do Instituto Conceição Moura, em parceria com a Robolivre, funciona em três laboratórios na cidade, quebrando paradigmas, formando multiplicadores, contribuindo para o desenvolvimento de soluções para problemas locais, além de auxiliar na melhoria dos indicadores educacionais.
Isamara Cabral, 17 anos, graduanda no curso de Psicologia, sempre se indagou sobre o porquê de não se vislumbrar a possibilidade de as pessoas de sua cidade de desenvolver algo bom, diferente e que contribuísse com a melhoria de vida de todos. “Uma ideia pode mudar o mundo e se for por meio de um robô que vamos ajudar a sociedade, construir uma nova história, vamos lá! Fui uma das alunas do Território do Fazer, movida a colocar minhas ideias em prática e o que aconteceu é que a experiência terminou abrindo novos horizontes para minha vida. Sou a Isamara que sou hoje porque passei pelo projeto”, conta.
A jovem participou do desenvolvimento de dois projetos vencedores. O Umidisolo era um robô que, como o nome bem aponta, mede a umidade do solo e indica quando plantas estão secas ou muito encharcadas, gerenciando o processo de rega. A ideia foi campeão no Festival REC’n’Play de experiências digitais criativas. Outro projeto foi voltado para auxiliar no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) – e selecionado para Mostra Nacional de Robótica. O robô de Isamara e equipe, composta por Adryel do Nascimento, Erick Nathan e Victor Wesley então alunos do IFPE, media a pressão arterial, batimento cardíaco e temperatura corporal e apresentava ao médico, de forma rápida a leitura dos sinais vitais, agilizando o atendimento.
“Ao trabalhar a Robótica como campo de conhecimento, a metodologia fortalece a sua relação com as artes e outras ciências humanas, apontando que as áreas de conhecimento do campo das engenharias são apenas parte de uma área de pesquisa e experimentação mais abrangente”, reforça Taciana Moura, presidente do Instituto Conceição Moura.
As atividades em oficinas de experimentação de robótica envolvem muitas áreas de conhecimento que são trabalhadas concomitantemente. As capacidades de trabalhar em grupo, identificar habilidades em seus colegas, ter um bom relacionamento para troca de conhecimento, gerenciar e desenvolver tarefas, e pesquisar de forma autônoma são mais importantes que o domínio de tecnologias específicas.
Os jovens multiplicadores formados pelo projeto estão de fato cumprindo sua missão, este ano estão sendo desenvolvidos projetos que vão desde jogos sobre conscientização ambiental até a aplicação de Internet das Coisas (IoT). A atuação deles não para por aí, só neste primeiro semestre já foram realizadas 9 oficinas de experimentação robótica para mais de 50 crianças e adolescentes da comunidade belo-jardinense contando com a participação de 16 multiplicadores voluntários.
“O maior ativo do projeto é a ideia. A metodologia aplicada é a do desnivelamento, com o objetivo de formar turmas heterogêneas. E temos o compromisso com a formação de multiplicadores”, arremata Gabriela Monteiro, coordenadora executiva do Instituto Conceição Moura.
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